A mídia destaca como os dois lados terminaram em violência:
manifestantes e policiais (sobre a manifestação em São Paulo). Nitidamente
querem promover uma comoção pública contra os manifestantes e contra a polícia.
Os políticos imediatamente são chamados para opinarem sobre a questão. Eles
dizem que isso tem um teor político (significando que é campanha dos adversários, e não de insensibilidade política).
Perceba que em todo o
mundo começa-se aflorar uma comoção que mais parece as manifestações vividas no
século XX e que definiu o rumo de países, políticos e realidade. O que está em
questão? São muitas as questões, mas a principal é possível destacar.
O Estado moderno e
sua máquina burocrática e viciada de corrupção tem pedido o sangue da população
(não basta apenas as transfusões normais - impostos). Que se comprometa também
a educação de nossos filhos, a nossa aposentadoria... para pagar os gastos dos “vampiros”
da miséria que se reúnem e gastam milhões apenas para pousar para fotos.
Esse Estado (chamado
de democrático, mas que é a mais perversa ditadura, pois usa do Direito para
escravizar) é saco sem fundo, abismo que a tudo engole (desenvolvimento urbano
e rural, dignidade, etc). Chegará o momento em que se venderá a alma para pagar
a dívida do Estado – gastos com os Deputados, Senadores, Presidentes, Primeiros
Ministros, Reis e Rainhas e seus gatos e cachorros (nada contra aos gatos e
cachorros!) – ou sair às ruas para quem sabe morrer. Parece que mais vale
morrer na rua lutando do que morrer em casa de fome!
O gafanhoto não tem
rei, mas anda em grupo. A multidão é a mais revolucionária força histórica. Que
diga a História! Mas a História também diz: sempre que a multidão sai às ruas a
violência é inevitável, pois ali acontece o desabafo e o aflorar da indignação.
O pacato estudante se torna revolucionário, e o revolucionário um pacato
estudante!
Disso é necessário
atentar para duas reflexões:
1. Se aqueles que são
responsáveis pelo Estado não responderem com benefícios à altura da cobrança da
população, será inevitável deter às manifestações e o drama advindo dela: polícia
versus população, e políticos sendo
desmascarados e fingindo que não são.
2. De dois em dois
anos vejo a população sendo chamada para a maior manifestação (eleições). Quando
olho atentamente apenas vejo não uma multidão de revolucionários mais de ovelhas
sendo levadas ao matadouro por que querem se vender por nada.
Até quando política
no Brasil é como futebol: apenas torcida organizada, para enriquecer seus
líderes! Conheço cidades que vivem para manter famílias no poder (se revezando).
Quando perdem num ano, dizem: mais na próxima colocamos! Os membros dessas
famílias são advogados, médicos e políticos, e os filhos da torcida dessas
famílias são mendigos de cargos de prefeitura ou sonhadores desses cargos.
E agora você me pergunta
se sou revolucionário, dado ao apoio às manifestações e de qualquer causa que
se levante. Como resposta eu assumo com João Batista: apenas sou voz que clama
no deserto!
A César o que é de César, a Deus o que de Deus!